sexta-feira, 20 de setembro de 2019

5 formas de melhorar seus desenhos de fantasia com tinta acrílica


Este tipo de tinta tem a característica de uma secagem rápida e uma grande variedade de comportamentos de acordo com os componentes de cada tom. Você terá que experimentar e treinar as possibilidades de uso de cada tom para dominar o uso destes e conseguir o resultado esperado.


1 - Use somente água:
Muitas pessoas utilizam gel e outras substâncias para conseguir um tempo de secagem mais lento. O problema é que o gel irá trazer uma transparência maior para os tons, além de um brilho artificial que furtará o tom encontrado sobre o papel trazendo uma enorme variação de acordo com o tipo de luz que sua arte estará exposta. 
 O gel irá trazer uma consistência mais pesada para a tinta, tornando a desenvoltura de pincéis sutis como os filetes de pelo de marta mais comprometida. Poderá interferir drasticamente no seu traço.


2 - Saiba usar a água:
Eu já vi vários vídeos na internet com dicas de quantidade de água a ser utilizada ao pintar com acrílica e ao trabalhar desta forma você estará limitando o seu trabalho e estranhará o resultado.
Por que?
 É  preciso entender que será através da água que você conseguirá manipular os efeitos de transparência, degradê, mistura de tons e o movimento do seu traço com o pincel. Existem inúmeras formas de usar a água e você não deve se limitar a uma forma fácil que irá te oferecer um resultado uniforme.
A maneira ideal é colocar a tinta sobre o godê e deixar um pote de água do lado. Lembre-se que você precisa ser ágil, não é como aquarela, a tinta acrílica é uma técnica mais avançada, mais indicada para profissionais. Se você errar demais o traço, dificilmente poderá corrigir e só talvez consiga com tons mais fortes ou mais escuros. Você deve ter em mente que não poderá ficar errando as pinceladas, seja preciso.
 Desta forma, você calculará a quantidade de água que você embebeu o pincel e aquantidade de tinta necessária para a consistência, transparência e desenvoltura que quer conseguir sobre o papel. Caso sinta que precisa de mais água, o pote de água estará do seu lado. Daí então faça um rápido teste em uma folha branca do lado do seu desenho e só então pincele sua obra.
Depois de um determinado tempo você aprenderá a fazer isso com agilidade. Existem outras maneiras de trabalhar com a água, mas entrarei em detalhes em um outro momento.


 3 - Trabalhe com papel em vês de tela:
 Hoje em dia você encontrará inúmeros tipos de papéis especiais e próprios no mercado. Eles são extremamente bons, de alta gramatura e absorvem muito bem a tinta e a água trazendo efeitos incríveis, como o papel Montval, 300g da Canson. Como as ilustrações de fantasia costumam ser muito detalhadas, um papel de textura leve é mais adequado do que trabalhar com tela e a técnica que você utilizará é bem diferente da técnica de pintura à óleo. Em vez de pensar em cor e camadas como base da composição, você pensará em esboçar através da forma, por vértices, linhas e formas geométricas simples.
 Uma grande dica aqui é sempre usar um papel maior do que a área da composição. Trace uma margem, isto te ajudará a não cometer erros de proporção e enquadramento.


4 - Luz e matizes:
 Antes de pintar, marque os pontos de foco de luz e trace linhas por onde a luz irá se propagar. Se o foco de luz vier por exemplo de uma vela, tente dar movimento no caminho da luz e das sombras. Isto deixará a cena mais expressiva e com a ideia de que um vento brinca com a luz e as sombras.
 Para trabalhar com matizes, pense em como a luz poderá alterar o seu tom de acordo com o ambiente e a cena. A melhor forma de aprender sobre matizes é observar ao vivo paisagens diferentes em diferentes horas do dia e diferentes estações do ano. Perceba como a lua cheia em um determinado horário no verão pode deixar um ambiente totalmente violeta.
 Você poderá trabalhar com uma matiz global sobre a paisagem ou poderá trabalhar com elas provindas de foco de luz. Pense por exemplo em como fazer os tons de matizes vindas do céu conversarem com os tons quentes vindos das velas.


5 - Sombras:
 Quando pensamos em sombra, geralmente pensamos em preto. Mas ao trabalhar diretamente com tons como preto de marte para sombras, poderemos chegar em um resultado muito artificial. Pense na sombra como matizes mais escuros e misture tons já utilizados com tons mais profundos destes “matizes de escuridão”. Você criará tons sombrios mais adequados a sua obra que não são tão opacos e conseguirá um resultado mais belo. Existem alguns tons que já vem prontos que poderão te ajudar, pois já são a mistura de tons que geralmente usamos. Experimente usar gris neutro, gris de payne, sombra e sombra queimada. Brincar com estes tons te ajudará a entender melhor a “linha cinza” e multicolorida que as sombras podem te proporcionar.

Existem inúmeras outras técnicas e dicas para tinta acrílica, mas deixemos para um outro momento. Isto é tudo por hoje.



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terça-feira, 23 de julho de 2019

A Gladiadora


 A gladiadora espera pela próxima batalha. Ela não está cansada, nem ansiosa. Existe uma calma em seu coração. Ela observa o campo de batalha como um palco, repassando mentalmente sua partitura, sua coreografia impiedosa. Não se sabe o que vem pela frente, apenas a certeza de que lutará até o fim.

quinta-feira, 11 de abril de 2019

SOPA DE SONHOS - NOSTALGIA CARMESIM

Caminhando pela sopa de sonhos, Vulpes, a mulher-raposa, sentia o peso do vazio daquele espaço sem horizonte. Nada era como antes. Os sonhos realizados no passado não tinham mais sabor e ela não tinha mais para onde os carregar. Depois de muito vagar, sentiu o familiar cheiro do caminho da floresta, das árvores e das flores.

Para a sombria floresta a raposa voltou e por onde ela passava tudo tornava-se outono. As folhas acobreavam-se ao vento, como seus cabelos. A velha cabana na árvore convidava-a para entrar através do aroma de cerejas de uma esmaecida fumaça carmesim que saia pela chaminé.

Ela correu, subiu as escadas e abriu a porta ansiosa para encontrar a saudosa poção dos desejos. Entretanto, ao alcançar o caldeirão, percebeu que era tarde. A calda fervente transbordou pelo piso de madeira inundando-o e formando bolhas flutuantes. Tudo estava melado, o aroma tornou-se amargo, o doce tornou-se veneno. Todavia sobraram as bolhas que formavam-se, flutuavam e explodiam.

Neste curto período de existência das bolhas, Vulpes podia ver dentro delas as lembranças de seus sonhos realizados: os bailes que ela dançou.

As bolhas acabaram e não foram suficientes. Kathleen Reinard Vulpes precisava reencontrar-se, fazer as pazes com seus reflexos do passado, colar os cacos de sua memória. Só existia um único lugar onde ela poderia fazer isso: no seu templo esquecido.

Desceu da cabana deparando-se com o crepúsculo que vinha das colinas, onde ficava o lugar sagrado em ruínas. Em vez de embrenhar-se pela mata, preferiu subir pelo rochoso riacho de fluidos cristalinos e mansos até o lago raso que inundava o decadente templo cujo teto cedeu à cachoeira que vinha do alto da colina. Lá dentro estavam os estilhaços dos vitrais que outrora ilustravam os feitos da mulher-raposa, deles refletiam inúmeras facetas de seu ser.

Ela passou todo o entardecer montando aquele infindável quebra-cabeça, restaurando janela por janela. Quando terminou percebeu que a noite havia chegado. Os matizes avermelhados deram lugar ao brilho pálido da lua que trazia consigo uma velha amiga: Kitsune-san, a raposa prateada.

“Você perdeu toda a sua inspiração”, disse a donzela prateada enquanto passava pelos arcos e reflexos de vitrais reconstruídos até aproximar-se de Vulpes e abraçá-la. “Venha comigo. Vamos roubar uma”, reforçou então. “O monstro ainda está naquele castelo?”

Vulpes sabia que Kitsune-san referia-se à Biblioteca das Inspirações e que um dragão de cores infinitas guardava o local. Seria uma busca arriscada.


O que você faria no lugar de Vulpes?
Partiria para essa aventura? Sozinha ou com sua amiga?
Procuraria uma maneira diferente de encontrar sua inspiração?
Criaria um plano mirabolante antes de partir para o castelo? Qual?

Escreva nos comentários a sua decisão e acompanhe o blog para em breve descobrir se a sua ideia mudou o destino de Kathleen Reinard Vulpes.


Enquanto isso, encare o papel desta salteadora neste conto interativo à venda pelo preço que você quiser no Dungeonist: https://www.dungeonist.com/marketplace/product/aventuras-de-bolso-a-nau-dos-insensatos/


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